ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 22-11-2002.

 


Aos vinte e dois dias do mês de novembro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e um minuto, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o Dia da Seicho-No-Ie, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo n° 042/02 (Processo n° 1110/02), de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Compuseram a Mesa: o Vereador Reginaldo Pujol, 2° Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Senhor Oswaldo Murahara, Preletor em Grau Especial, representando a Seicho-No-Ie do Brasil, o Senhor Masatugu Kuamoto, Preletor em Grau Master e introdutor da divulgação da Seicho-No-Ie no Rio Grande do Sul; o Preletor Edson Schwarz de Mello, Supervisor Administrativo Doutrinário da Regional Rio Grande do Sul – Rio Branco; o Preletor João Elói Ferreira Fritz, Supervisor Administrativo Doutrinário da Regional Rio Grande do Sul – Passo da Areia; o Preletor Anselmo Elpídio Bottcher, Supervisor Administrativo da Regional Rio Grande do Sul – Novo Hamburgo. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Haroldo de Souza, em nome da Mesa Diretora e da Bancada do PHS, prestou sua homenagem ao Dia da Seicho-No-Ie, justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a instituição do dia vinte e dois de novembro como Dia da Seicho-No-Ie em Porto Alegre, através do Projeto de Lei do Legislativo n° 042/02 (Processo n° 1110/02). Também, discorreu sobre os ideais de fraternidade e paz expressos por essa doutrina. O Vereador Ervino Besson, em nome da Bancada do PDT, cumprimentou o Vereador Haroldo de Souza pela iniciativa da presente solenidade e da instituição do dia vinte e dois de novembro como o Dia da Seicho-No-Ie em Porto Alegre, exaltando a relevância das atividades desenvolvidas pelos seguidores dessa doutrina em busca da manutenção da paz na sociedade brasileira. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Oswaldo Murahara, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao Dia da Seicho-No-Ie. Em continuidade, foi apresentado vídeo alusivo à vida do Senhor Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-No-Ie. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e três minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador  Reginaldo  Pujol  e  secretariados  pelo  Vereador  Haroldo de Souza, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1° Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia do Seicho-No-Ie, no Município de Porto Alegre. Compõem a Mesa o Sr. Oswaldo Murahara, Preletor em Grau Especial, representando a Seicho-No-Ie do Brasil; o Sr. Professor Masatugu Kuamoto, Preletor em Grau Master, introdutor da divulgação da Seicho-No-Ie no Rio Grande do Sul, em 1963; Sr. Preletor Edson Schwarz de Mello, Supervisor Administrativo Doutrinário da Regional-RS - Rio Branco; Sr. Preletor João Elói Ferreira Fritz, Supervisor Administrativo Doutrinário da Regional-RS - Passo da Areia; Sr. Preletor Anselmo Elpídio Bottcher, Supervisor Administrativo da Regional-RS - Novo Hamburgo.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

Ao saudar os adeptos do Seicho-No-Ie aqui presentes, me cabem alguns esclarecimentos que eu julgo oportunos. Esta ocasião, esta cerimônia, esta solenidade é um fato muito importante, muito significativo, que merece um registro muito especial. Pela primeira vez este Legislativo comemora, de forma oficial o Dia do Seicho-No-Ie, no Município de Porto Alegre. Este fato e esta comemoração não é um mero acaso, decorre de um Projeto de Lei proposto neste Legislativo pelo Ver. Haroldo de Souza, aqui presente, a quem eu desejo inicialmente prestar as minhas homenagens. (Palmas.)

O Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza foi deliberado nesta Casa e que, por unanimidade, o consagrou, gerando a Lei n.º 8931, de 2 de julho 2002, cuja ementa é a seguinte: (Lê.) “Institui o Dia do Seicho-No-Ie no Município de Porto Alegre. O Prefeito Municipal de Porto Alegre faz saber que a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou e ele sancionou a seguinte Lei: artigo 1.º - fica instituído no Município de Porto Alegre o Dia do Seicho-No-Ie a ser comemorado anualmente no dia 22 de novembro; artigo 2.º - essa Lei entra em vigor na data de sua publicação.”

Hoje, 22 de novembro, nós estamos aqui reunidos, pela primeira vez, oficialmente, comemorando no Município de Porto Alegre o Dia do Seicho-No-Ie. (Palmas.) Eu tenho a felicidade e a graça de estar presidindo ocasionalmente a Casa, neste momento, e como Vereador me solidarizar por inteiro, até porque quando o Ver. Haroldo de Souza propôs a homenagem, ele escreveu pouco mais de uma página, numa síntese muito clara e muito precisa do que é esse movimento de iluminação da humanidade. Evidentemente que a Casa, percebendo o calor, o entusiasmo, a sinceridade do propósito do Ver. Haroldo de Souza, não pode-lhe regatear o apoio, contribuindo para que esta Lei fosse aprovada com muita celeridade e dando ensejo para que pudéssemos, já hoje, estar aqui reunidos, saudando o Lar do Progredir Infinito. Por isso, quero juntar-me às homenagens que Porto Alegre hoje tributa a todos aqueles que compõem essa comunidade. Os seus preletores são importantes, mas, como em qualquer segmento social, o conjunto é que responde pelo todo. Então, o conjunto dos adeptos está hoje aqui muito bem representado, e eu faço as homenagens do Legislativo da Cidade, agradecendo ao Ver. Haroldo de Souza por ter-me, indiretamente, proporcionado essa honra singular de presidir a solenidade da comemoração do Dia do Seicho-No-Ie em sua primeira oportunidade. (Palmas.)

Dito isso, quero, Prof. Masatugu, colocar a palavra à disposição do grande responsável por esta solenidade.

Convido, então, para ocupar a tribuna o Ver. Haroldo de Souza (Palmas.) Ele ocupará a tribuna como proponente desta homenagem, como Líder do PHS, como representante de várias Bancadas da Casa, que lhe outorgam a condição de representá-las, e como representante da Mesa Diretora, que, por meu intermédio, lhe delegou a condição de orador oficial da oportunidade.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Ex.mo Ver. Reginaldo Pujol, que preside os nossos trabalhos, e futuro Presidente da Câmara Municipal no exercício de 2003, se ainda houver um pouquinho de decência na política, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sou autor do Projeto que determina o dia 22 de novembro como o Dia da Seicho-No-Ie no Município de Porto Alegre, a exemplo de outras cidades e capitais deste País.

A Seicho-No-Ie, que significa Lar do Progredir Infinito, é um movimento surgido em 1930 e seu mestre maior Masaharu Taniguchi não considera uma religião - eu digo não considera, porque ele ainda continua entre nós como energia -, mas uma entidade com uma filosofia prática para o cotidiano e sem qualquer sectarismo religioso. Ao contrário das religiões e seitas, o Seicho-No-Ie é fiel ao preceito do livre arbítrio, não tem mandamentos rígidos ou práticas obrigatórias.

Nesta homenagem que prestamos ao nascimento de Masaharu Taniguchi, no dia estabelecido para a Seicho-No-Ie em nossa Capital, quero-lhes apresentar a revelação divina da noite de 27 de setembro de 1931. Esta é a mensagem: “Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra. Quando se efetivar a reconciliação com todas as coisas do céu e da terra, tudo será teu amigo. Quando todo o Universo se tornar teu amigo, coisa alguma do Universo poderá causar-te dano. Se és ferido por algo ou se és atingido por micróbios ou por espíritos baixos, é prova de que não estás reconciliado com todas as coisas do céu e da terra. Reflexiona e reconcilia-te. Esta é a razão por que te ensinei outrora que era necessário te reconciliares com teus irmãos antes de trazeres oferenda ao altar. Dentre os teus irmãos, os mais importantes são teus pais. Mesmo que agradeças a Deus, se não consegues, porém, agradecer a teus pais, não estás em conformidade com a vontade de Deus. Reconciliar-se com todas as coisas do Universo significa agradecer a todas as coisas do Universo. A reconciliação verdadeira não é obtida pela tolerância nem pela condescendência mútua. Ser tolerante ou ser condescendente não significa estar em harmonia do fundo do coração. A reconciliação verdadeira está consolidada quando houver recíproco agradecer. Mesmo que agradeça a Deus, aquele que não agradece a todas as coisas do céu e da terra não consolida a reconciliação com todas as coisas do céu e da terra. Não havendo a reconciliação com todas as coisas do Universo, mesmo que Deus queira te auxiliar, as vibrações mentais da discórdia não te permitem captar as ondas da salvação de Deus. Agradece à Pátria. Agradece a teu pai e a tua mãe. Agradece ao teu marido ou à tua mulher. Agradece a teus filhos. Agradece a teus criados. Agradece a todas as pessoas. Agradece a todas as coisas do céu e da terra. Somente dentro desse sentimento de gratidão é que poderás ver-me e receber a minha salvação. Como sou todo de tudo estarei somente dentro daquele que estiver reconciliado com todas as coisas do Céu e da Terra.

Não sou presença que possa ser vista aqui ou acolá. Por isso não me incorporo em médiuns. Não penses que chamando por Deus através de um médium, Deus possa se revelar. Se queres chamar-me, reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra e chama por mim. Porque sou amor, ao te reconciliares com todas as coisas do céu e da terra, aí, então, me revelarei.”

“E Deus nos revela todos os dias sua presença. É quando o sol aparece, quando a lua resplandece no Universo, quando brilham as estrelas, quando cantam os pássaros, quando sorri uma criança. Tudo neste mundo tem o dedo e ação de Deus. E quando entendermos que a felicidade é estarmos bem com as coisas de Deus, no céu e na terra, estaremos mais próximos da felicidade, neste plano de vida.”

Tenho orgulho em ter visto aprovado nesta Casa este dia dedicado não à religião Seicho-No-Ie, mas a esta filosofia de vida que Deus lançou sobre a humanidade, na figura de cada um de nós, que, sendo semelhante a ele, podemos comungar todos os dias com a paz, com a harmonia, com a saúde, e, por tudo isto, com a felicidade.

Sejam felizes meus amigos e minhas amigas e nos encontraremos novamente no próximo dia 22 de novembro, marcando este dia como símbolo do nosso entendimento e fé no Criador de todas as coisas. Obrigado e estejam sempre com Ele. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Ervino Besson está com a palavra e falará pela Bancada do PDT.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Reginaldo Pujol, eu quero saudar carinhosamente todas as autoridades já citadas por V. Ex.ª e também o proponente desta Sessão, Ver. Haroldo de Souza.

Eu quero parabenizar o Ver. Haroldo de Souza com muito orgulho e com muita alegria, porque, na vida das pessoas, é sempre um aprendizado. O Ver. Haroldo de Souza foi escolhido, por milhares de brasileiros e brasileiras, como um dos melhores radialistas deste País, que o reconheceram, além de radialista de futebol e de ser humano, como uma pessoa que tem paz no coração e que transmite a sua mensagem acreditando em Deus.

Quando várias pessoas me procuraram para que eu falasse nesta homenagem, que a partir de hoje é Lei, proposta por esse grande Vereador desta Casa, Ver. Haroldo de Souza, eu confesso que não conhecia praticamente nada do que representa a Seicho-No-Ie. Mas, com muita alegria, depois de ler várias mensagens, inclusive escolhi uma que vou ler agora. Como eu disse meu caro Presidente, minhas queridas senhoras e senhores que estão aqui hoje, eu digo: tudo na vida é sempre um aprendizado. Portanto, Ver. Haroldo de Souza, com essa brilhante idéia de V. Ex.ª, hoje, esta Cidade, as pessoas que acreditam nessa luz e nessa paz de que esse povo tanto necessita... Eu vi algumas pessoas com a camisa branca, com a pomba branca que representa a paz de que o mundo tanto necessita. De tantas mensagens belíssimas, eu escolhi uma aqui, Ver. Haroldo, e faço isso com muito orgulho, pelo carinho que tenho de ser seu companheiro nesta Casa, de ser seu amigo. Como já disse, na minha vida, é mais um aprendizado. Nós conhecemos um lado da pessoa, mas depois, com o convívio, temos a oportunidade de conhecer o outro lado que as pessoas têm. Tantas coisas boas que conseguem transmitir, que conseguimos aprender nessa rápida passagem que nós temos aqui nesta vida e aprendemos tantas coisas boas, como hoje também estou aprendendo, por ter essa Lei de sua autoria, homenageando todas as pessoas que têm esse segmento, essa admiração por tudo que defende uma parcela da nossa população. E tenho certeza de que as pessoas que convivem com vocês e têm a oportunidade de ler as suas mensagens, têm muito a aprender, e temos muito a aprender.

O que diz aqui: (Lê.) “Exponha a Deus todas as suas aflições e angústias. Deus é um Ser que preenche o Universo e que está em todos os lugares, tanto dentro como fora de você. Por isso, Deus sabe onde encontrar aquilo que é necessário a você e qual o melhor caminho para trazê-lo até você. Primeiramente, faça a meditação e exponha o seu problema a Deus e espere a sua orientação.”

Lendo tantas mensagens belíssimas eu me recordei de uma delas. Há muito tempo, eu morava no interior e li uma reportagem, que não me recordo se foi no jornal ou em uma revista que dizia o seguinte: existia um grande poderoso, rico, da França, um homem que, praticamente, era o dono daquela região, com a sua fazenda, com as suas empresas, ele parecia o “todo-poderoso”. Um certo dia, um homem, de uma família pobre que morava nas proximidades, chegou até ele para pedir-lhe um emprego, pois precisava sustentar a sua família. E ele, praticamente, enxotou aquele cidadão. Ele ouviu e só disse o seguinte: “Meu amigo, eu vim aqui em tom de paz e não de briga. E acredito em Deus, que, um dia, eu quero que Ele lhe mostre que eu não sou essa pessoa que o senhor pensa. Eu nunca roubei nada, eu só pedi que o senhor me desse um emprego, porque preciso sustentar a minha família.” Mas, ele, praticamente, foi enxotado.

Os tempos se passaram. E esse rapaz foi trabalhar num grande hospital na França. E, numa determinada época, foi internado naquele hospital, esse cidadão poderoso. O destino mostrou a esse “tão-poderoso” que ele não era tudo aquilo que ele pensava ser ou que o poder econômico dele resolveria tudo na vida. E quem foi atendê-lo foi aquele cidadão, aquele enfermeiro. E, no mesmo dia que ele foi dar um banho no cidadão, que estava com sérios problemas de saúde, levou-lhe no banheiro e ele encostou a sua cabeça no ombro dele e começou a chorar. Diz ele: “Eu não estou acreditando no que estou vendo, no que eu estou sentindo dentro de mim.” O enfermeiro disse: “Não lhe disse, aquele dia que fui lhe pedir o emprego, que eu queria paz, não queria briga com o senhor? Mas, agradeço a Deus, porque, hoje, lhe mostrou que a vida não é aquilo que o senhor pensava.”

Então, vejam a transformação, depois, é uma história longa. A história longa demonstrou o que representou aquilo para aquele cidadão, que teve uma grande transformação na sua vida, inclusive reuniu aqueles familiares, aquelas pessoas que viviam em torno dele e explicou esse fato. E ele deixou no seu testamento uma parte da sua herança para aquele rapaz que, um dia, foi enxotado das suas terras, enfim, daquela propriedade, daquela riqueza onde ele residia.

Eu quero, aqui, meu caro Presidente; Ver. Haroldo de Souza, iluminado Vereador, cumprimentar por esta belíssima iniciativa. Como eu disse, tudo na vida é aprendizado, e, para mim, foi mais um deles. E que Deus, que a luz ilumine o caminho de vocês e também a cada um de nós, e que vocês possam sempre levar essa mensagem a esse povo que tanto necessita. Estamos vendo tantas tragédias. Tivemos a oportunidade de acompanhar aquela filha matando o pai e a mãe, que é uma coisa que nem conseguimos acreditar que possa acontecer. Mas tenho certeza de que, se esses jovens tivessem pelo menos lido uma dessas mensagens, talvez não tivessem coragem de fazer tamanha crueldade. Portanto, um carinhoso abraço a cada um de vocês; um carinhoso abraço a cada uma de vocês, um fraterno abraço a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Sr. Oswaldo Murahara, Preletor em Grau Especial, representante da Seicho-No-Ie do Brasil, está com a palavra.

 

O SR. OSWALDO MURAHARA: Muito obrigado. Eu quero, em nome da Seicho-No-Ie do Brasil, na pessoa do Presidente Doutrinário da América Latina, Prof. Yofhio Mukai, e também em nome do Presidente da Seicho-No-Ie do Brasil, Prof. Yoshihico Iuassaca reverenciar e agradecer ao Ver. Reginaldo Pujol, Presidente em exercício; o idealizador de oficializar, pela primeira vez, nesta terra fértil, o Dia da Seicho-No-Ie, Ver. Haroldo, muito obrigado, e ao companheiro que me deixou muito feliz também, Vereador, porque V. Ex.ª acabou de se tornar um Seicho-No-Ie.

Muito obrigado às autoridades da Seicho-No-Ie que estão aqui, eu não vou citar o nome, porque já foi dito.

Aos adeptos, companheiros, tudo isso foi graças aos senhores, porque colocaram em prática o ensinamento de que o homem é filho de Deus. Graças à força, à união e à prática da verdade, é que foi possível registrar, oficialmente, o Dia da Seicho-No-Ie. É curioso que hoje também estamos comemorando os cento e dez anos do nascimento do mestre Masaharu Taniguchi, em 1893. Aliás, eu disse cento e dez anos, porque, no Japão, quando a pessoa nasce, já conta um ano. Porque viveu nove meses no ventre, ao nascer, praticamente, já tem um ano. Então, o japonês é um pouco mais velho do que os ocidentais.

A Seicho-No-Ie, no Brasil, foi divulgada no seio da colônia japonesa. Foi ótimo, porque os pais trouxeram de lá a religião budista e o xintoísmo. Então, todos cultuavam o budismo e o xintoísmo, mas quando iam para a escola, a professora dizia: “Só Jesus salva”, e as crianças perguntavam: “Sim, mas e o Buda, o papai deu-me o alimento, salvou-me.” Mas diziam que o certo é só Jesus. Então, os meninos aprenderam na escola que só Jesus salva, mas quando chegavam em casa, só o Buda salva, gerando o primeiro conflito. Houve brigas graças ao budismo e ao cristianismo, porque, se não houvesse essas duas religiões, os meninos não brigariam; mas houve briga. Foi nessa época que surgiu a Seicho-No-Ie.

O grande erro do cristianismo é que não existe verdade no budismo. Outro grande erro do budismo é a mesma coisa, eles não descobrem a verdade no ensinamento de Cristo. Masaharu Taniguchi, no ano de 1929 para 1930, lançou este ensinamento: tanto Buda como o Cristo não estão brigando. Não há briga entre eles. Eu mesmo nunca vi Jesus e Buda trocando socos. Começou dessa forma a reconciliação dentro da família japonesa. Foram salvos, as doenças desapareciam. Então, houve pela primeira vez no planeta, nesta Terra, a união dessas duas religiões. Este é o Masaharu Taniguchi, conseguiu unir. Com certeza a Seicho-No-Ie irá unir todo o sistema de segmentos políticos, todos os meios; não haverá mais guerra, não haverá mais conflitos, não haverá mais desarmonia, porque no mundo de Deus só existe luz, só o bem existe, essa é a crença fundamental da Seicho-No-Ie. E eu quero dizer a todos os senhores, diante das autoridades aqui presentes, que, nós, da diretoria da Seicho-No-Ie, vamos orientar todo o adepto para que ele trabalhe no sentido de ser útil ao País. Foi isto que eu vim dizer a vocês, a todos os senhores, com muito respeito e reverência: que nós vamos orientar todos os adeptos para que sirvam à Nação, ao Mundo...(Palmas.)

Eu não posso deixar de agradecer ao professor Kuamoto, que, desde o início, trabalhou para divulgar a Seicho-No-Ie, nesta terra fértil...(Palmas.), aos supervisores brasileiros que estão aqui, o nosso muito obrigado também...(Palmas.) Eu tenho aqui o livro “Homem Milagre do Japão”, escrito por um americano, ele é professor de Seicho-No-Ie, também nos Estados Unidos. Era um praticante de Yoga, mestre de Yoga, ele chamou o Dr. Taniguchi de seu pai, meu mestre, e ele escreve aqui o livro, “Vida e Obra de Masaharu Taniguchi”, que ensina como ver o aspecto verdadeiro da vida.

Seicho-No-Ie faz curas, milagres. Não milagre por milagre, porque quem pede só milagre, só quer ou só cobra milagre é o Satã, e eu gostaria de dizer o motivo, citando a própria escritura, quando Satã chegou perto de Jesus e disse: “Se você é filho de Deus, por que não faz esta pedra tornar pão? Pão é alimento.” Aí, Jesus disse: “Nem só de pão vive o homem.” “Se você é filho de Deus, por que não salta deste abismo, talvez os anjos vão te segurar.” Ao que disse Cristo: “Afasta-te, Satã!” E o mandou embora. Quem procura só milagres, parece muito com ele. Nós não afirmamos nem prometemos milagres. O homem já é filho de Deus. O mundo criado por Deus é perfeito. Essa crença é fundamental.

Vou encerrar aqui, anunciando e pedindo aos senhores que estão fazendo a campanha: cada núcleo procure colaborar no sentido de ajudar às assistentes sociais de cada bairro, e a Seicho-No-Ie com certeza irá ajudar. O Preceito que os senhores receberam aqui hoje, tentem colocar nos locais públicos, onde as pessoas possam ver e sentir, como o Vereador que acabou de dizer: “Olhe, eu escolhi esta palavra, sou Seicho-No-Ie agora.” Não digo mudar de religião, Vereador, pode continuar com a sua religião, mas pode também aceitar a verdade de que o homem é filho de Deus. É isso que vamos fazer.

Temos na Seicho-No-Ie, só aqui na Capital, mais de cem associações. Portanto, é uma organização muito forte. Os senhores terão a oportunidade de estudar a Seicho-No-Ie e ter uma vida feliz e saudável. Temos a Associação da Pomba Branca só de mulheres, a Associação de Jovens que reúne vinte mil nas convenções, nas reuniões de educadores, nas reuniões da prosperidade, temos reuniões da terceira idade, em que já estou quase entrando. Gostaria de dar continuidade ao meu discurso com um vídeo, que pediria para projetar. Assim, encerro a minha participação. Muito obrigado (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Faço uma consulta: Há condições para a projeção do vídeo? (Pausa.)

 

(É feita a projeção de filme.) (Palmas.)

 

Quando eu abri os trabalhos, fiz uma profecia: eu disse que nós estávamos diante de um fato de profundo significado, uma reunião histórica da Câmara de Vereadores e me referia, evidentemente, às circunstâncias de que nós estávamos, pela vez primeira, festejando em Porto Alegre, neste Legislativo, o dia da Seicho-No-Ie. Mal sabia eu, não informado, devidamente, que nós estávamos num momento muito mais importante, nós estamos no dia em que todos os adeptos comemoram os cento e dez anos do seu fundador. Nada mais histórico do que isso. (Palmas.)

Aliás, pela tradução simultânea que se pôde fazer de parte da mensagem que os senhores tiveram a oportunidade de ver e ouvir, há um trecho que me toca muito profundamente, quando diz o grande Mestre que nós voltaremos a nos encontrar novamente em várias outras oportunidades. Eu tenho, Ver. Haroldo de Souza, a mais absoluta convicção de que nós voltaremos a nos encontrar muitas outras vezes, certamente com esse mesmo espírito, com esse mesmo propósito, religando laços que certamente o tempo separou e que nós devemos trabalhar para unificá-los.

Eu sou, por conseguinte, muito grato às circunstâncias que me colocam hoje aqui na Presidência dos trabalhos. Eu vejo entre os adeptos pessoas inclusive muito familiares a mim. Vejo meu braço legislativo, meu braço médico da Câmara, vejo, enfim, a assessoria da Câmara, e me surpreendo de serem tantos os adeptos da Seicho-No-Ie - e eu não sabia que o eram - e agora fico compreendendo, com muito mais razão, porque são tão eficientes funcionários e tão bons colaboradores. (Palmas.)

Ver. Haroldo de Souza, V. Ex.ª, que não cansa de me surpreender, na sua manifestação fazia alguns vaticínios. E eu digo que Deus, o Supremo Criador, sempre nos reserva alguma coisa de bom. Quando a gente pensa que as coisas estão tudo muito bem colocadas, aparece uma circunstância qualquer que retira daquele caminho... No reverso, quando a gente entende que as coisas não caminham conforme a gente desejava, surge uma luz que nos recoloca em outra situação. Para muitos dos presentes a minha manifestação, de coração, é perfeitamente entendida, neste momento, as circunstâncias me colocaram na presidência dos trabalhos, num momento de muita paz interna, muita paz espiritual, muita alegria e muita fraternidade.

Eu quero dizer o seguinte: o senhor não venha muitas vezes aqui na Câmara, deixe para vir uma vez por ano porque, senão, vai haver muitos adeptos para o movimento e aí as coisas vão se multiplicar de forma desenfreada.

Vamos por degrau; primeiro o Ver. Haroldo de Souza; depois, o Ver. Ervino Besson; eu sou o próximo da fila. (Palmas.)

Muito obrigado a todos. Há uma coisa que os gaúchos cultivam com muito fervor: nós cultivamos muito a nossa tradição, por isso os encerramentos das nossas Sessões Solenes sempre são precedidos da execução do Hino do Rio Grande.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradeço, ao concluir, ao Sr. Oswaldo Murahara, Preletor em Grau Especial, representando a Seicho-No-Ie do Brasil; (Palmas.) ao Sr. Professor Masatugu Kuamoto, Preletor em Grau Master, introdutor da divulgação da Seicho-No-Ie no Rio Grande do Sul, em 1963; (Palmas.) ao Sr. Preletor Edson Schwarz de Mello, Supervisor Administrativo Doutrinário da Regional – RS, Rio Branco; (Palmas.) ao Sr. Preletor João Elói Ferreira Fritz, Supervisor Administrativo Doutrinário da Regional – RS, Passo da Areia; (Palmas.) ao Sr. Preletor Anselmo Elpídio Bottcher, Supervisor Administrativo da Regional – RS, Novo Hamburgo, (Palmas.) pelas duas presenças.

Agradecemos, por fim, pela presença: ao Ver. Haroldo de Souza, ao Ver. Ervino Besson, aos Diretores da Casa aqui presentes, aos adeptos da Seicho-No-Ie, aos senhores da imprensa, a todos que aqui nos deram o prazer de suas presenças neste dia extremamente importante, em que, pela vez primeira, se festeja o aniversário da Seicho-No-Ie no Brasil. Hoje é o dia dos senhores, é o dia das senhoras. Sintam-se em casa, muito obrigado, e, como diz o Hino do Rio Grande, “Sirvam as nossas façanhas” e sirvam as nossas convicções para nós religarmos o mundo e acabarmos com esse dualismo que foi a razão de ser da doutrina da iluminação. A verdade nunca está absolutamente de um lado só. Saibamos nos equilibrar, porque no equilíbrio está o religar que nós buscamos. Muito obrigado, bom final de tarde. Estão encerrados os trabalhos. (Palmas.)

 

(Encerra-se a Sessão às 16h03min.)

 

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